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PROGRESSÃO CONTÍNUA

Nunca é cedo (ou tarde) demais para preparar sócios e herdeiros para lidar com os desafios futuros. E, para transformar empresas familiares em verdadeiras famílias empresárias, o caminho é um só: a educação continuada e coletiva



Não é novidade para ninguém que a qualidade na formação de sócios e herdeiros é essencial para a perpetuação de qualquer empresa familiar. A prática, afinal, tem mostrado que investir na educação proporciona uma evolução mais rápida e consistente dos processos sucessórios. Sua finalidade principal é desenvolver as condições necessárias para que os familiares compreendam as dimensões e os riscos dos negócios, respeitem os mecanismos de governança e, principalmente, criem relações de confiança entre si.

Para isso, é essencial que se estabeleça uma visão do que significa ser um bom sócio e, a partir daí, criem-se estruturas educativas contínuas e coletivas. “O programa de formação de familiares para o papel de sócios não é uma fórmula imposta de fora para dentro”, diz Renato Bernhoeft, fundador da höft - bernhoeft & teixeira, pioneira na implementação de programa para sócios e herdeiros do Brasil. “A iniciativa costuma requerer ajuda profissional e externa, mas, a longo prazo, as políticas e práticas devem ser lideradas pela família em si, a fim de que se tornem eternas.”

Para a Baterias Moura, o ideal é que todas as gerações, atuais e novas, caminhem juntas em prol da paz, da união e da sustentabilidade dos negócios. Para tanto, uma de suas iniciativas gira em torno da aposta na educação. A empresa vem realizando cursos e workshops periódicos para sócios e herdeiros. A novidade é o Programa de Formação para os Conselheiros, criado logo após o recente ingresso da terceira geração no Conselho Administrativo, no Conselho de Herdeiros e no Comitê de Governança.

O curso incluirá em sua grade curricular disciplinas como Ética Societária, Responsabilidade Socioambiental, Governança, Macroeconomia e Direito de Família, entre outras. “Programas como esses, desenvolvidos especialmente para nosso grupo, possibilitam a troca de ideias e lançam as bases para ações importantes relacionadas à continuidade”, diz Mariana Moura Sales, representante da terceira geração da Baterias Moura. “Frequentar as aulas nos ajuda a contribuir com melhorias relacionadas ao sistema de governança e nos mostra que há sempre muito a aprender.”

Gestão do conhecimento

Cláudio Zini, fundador e presidente da Pormade, especializada em portas decorativas de madeira, é outro entusiasta da educação continuada. “Mais do que ajudar na identificação de acertos e erros na gestão, apostar na formação de sócios e herdeiros vem contribuindo para o processo de sucessão da empresa, prestes a ser comandada pela segunda geração.” Leitor voraz de livros sobre administração e negócios, Zini também garante que a literatura e os cursos específicos dos quais ele e a família participam têm lhes ensinado lições importantes. “Passamos a valorizar o vínculo com o patrimônio, e não apenas com o trabalho, a priorizar a harmonia entre a família e, quando o tema é negócios, a evocar o espírito empreendedor.”

Abranger – e aprofundar

Engana-se, porém, quem pensa que o preparo e a formação de sócios e herdeiros se restringem a questões técnicas, ou à sala de aula. Baterias Moura e Pormade – assim como outras tantas empresas familiares dispostas a continuar firmes, fortes e competitivas no mercado – sabem que apenas isso não basta para conciliar interesses, manter um objetivo comum e aproximar os herdeiros da companhia de seus executivos. Para tanto, paralelamente, é fundamental traçar planos e criar uma cultura voltada para a articulação legítima da família empresária, esse coletivo complexo e em contínua evolução.

Quando cônjuges e descendentes passam a somar-se ao clã, esse grupo, com o decorrer do tempo, tende a se diversificar, distanciar-se e pulverizar-se. “Diante dessa multiplicação de pessoas e de interesses, é preciso desenvolver estratégias de interação mais amplas e eficazes, nas quais o exercício do coletivo, com a atuação de agentes cada vez mais diversos, será algo recorrente”, explica Renato Bernhoeft, da höft.

Nesse contexto, o especialista também joga luz sobre o papel dos herdeiros que não permanecem na gestão efetiva da empresa, porém mantêm participação no capital. E que, por herdarem parte dos negócios da família, em algum momento se tornarão sócios de seus irmãos ou primos. “Em prol de uma interação inteligente e produtiva, torna-se necessário assumir essas diferentes posições, que preveem responsabilidades e expectativas distintas”, afirma Bernhoeft. “O fato é que, mesmo que permaneçam à margem da gestão, os herdeiros devem manter a seriedade e altos níveis de comprometimento com a organização à qual, direta ou indiretamente, pertencem.”

Educação societária

As áreas do conhecimento relacionadas aos programas de formação para sócios e herdeiros:

• Relações familiares;

• Relações família-empresa;

• Desenvolvimento pessoal;

• Trabalho em equipe;

• Relações societárias;

• Responsabilidade social;

• Governanças societária, familiar e corporativa;

• Visão estratégica;

• Visão organizacional.

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