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DO RIO AO CEARÁ

Com estratégia de aquisição de carteiras, Apsa expande negócios no Rio e Nordeste e se transforma em uma das maiores empresas de gestão imobiliária do País

No ramo imobiliário há mais de oito décadas, a Auxiliadora Predial S/A (Apsa) começou a escrever sua história em 1931, em Porto Alegre, com operações na área de crédito à casa própria. À medida que seus negócios se desenvolveram, a empresa especializou-se em serviços de gestão imobiliária e com escritório também no Rio de Janeiro, consolidou-se como a maior empresa de administração de condomínios em todo o Brasil. Eram 937 condomínios administrados em 1971.

De origem familiar, a Apsa viu a sua composição societária se alterar com o passar do tempo, tendo por anos o seu comando dividido nas mãos de duas famílias: a Voeckler, no Sul, e a Schneider, no Rio de Janeiro.

O sucesso dos negócios foi tamanho na capital fluminense, que no início dos anos 1980 a empresa mantinha cinco agências, além de um prédio sede na cidade. Até ali, as operações no Rio de Janeiro eram reportadas à empresa-mãe em Porto Alegre. Mas em julho de 1983 a família Schneider criou a Auxiliadora Predial Rio, desvinculando totalmente a Apsa Rio da empresa em Porto Alegre. Tinha início ali a expansão da Apsa no Rio de Janeiro e, mais tarde, na região Nordeste do Brasil.

Nos anos seguintes, os acionistas e familiares buscaram o alinhamento e profissionalização da empresa. A companhia profissionalizou seus negócios, colocou em prática seu Programa de Qualidade Total e Permanente e estabeleceu a Universidade Corporativa Apsa, focada na capacitação de profissionais do mercado imobiliário. Este movimento também culminou, em 2011, na criação do Conselho de Administração da Apsa e o estabelecimento de melhores práticas de governança. “A Apsa deu início a uma nova fase que tinha como tônica a modernização estrutural, a criação de estratégias mais eficientes para o seu posicionamento frente à concorrência e o investimento na atualização de profissionais”, detalha Leonardo Schneider, membro do Conselho de administração da Apsa.

Com atuação consolidada no Rio de Janeiro, aos 75 anos a Apsa entendeu que era hora de expandir os negócios a outras regiões do país. “Começamos um trabalho de prospecção de oportunidades no setor de gestão imobiliária”, afirma Schneider. Ele conta que o Nordeste foi identificado como um mercado muito aquecido, com novos empreendimentos demandando conhecimento em gestão e administração. “É uma região em desenvolvimento, que se equipara em potencial às regiões Sul e Sudeste, mas ainda com menos concorrência”, diz.

Estratégia de aquisição

Uma vez determinada a região para a qual levaria seus negócios, a Apsa estabeleceu a melhor estratégia para crescer naquele mercado. “Mapeamos algumas cidades. Começamos por Salvador e decidimos que a melhor estratégia seria a de aquisição”, revela. Seria uma forma de se estabelecer rapidamente na região. Isso porque, embora a Apsa tivesse muita experiência em gestão imobiliária, o setor tem muitas peculiaridades regionais, que variam de uma cidade para outra. “Apesar da experiência no Rio, precisávamos adquirir também o ‘know-how’ regional”, diz Schneider, acrescentando que com essa estratégia a Apsa não precisaria desenhar produtos e serviços específicos para a região. Além disso, ele avalia que, se fosse escolhida a estratégia de crescimento orgânico, como empresa de fora, poderia haver alguma resistência dos potenciais clientes. “Queríamos ter o perfil de uma empresa local e mostrar que acreditamos no Nordeste e temos capacidade de investir naquele mercado”, afirma.

De fato, a estratégia deu certo e a Apsa seguiu investindo na região. Apenas em Salvador, a empresa comprou a carteira de clientes de quatro companhias. De lá, seguiu para Recife, onde adquiriu seis carteiras, e para Fortaleza, onde somou mais quatro empresas.

Segredo para o sucesso

O executivo atribui o êxito dos negócios, entre outras coisas, à boa estrutura e organização da Apsa, que preparou a terceira geração da família tanto para o papel de gestores, quanto para o de acionistas. “Desde 2008, quando a terceira geração começou a chegar, fizemos muito bem toda a nossa lição de casa, seguindo as melhores práticas de mercado, estruturando o Conselho de Administração e de Acionistas”, analisa Schneider. “Os jovens buscam seu espaço na companhia, mas sem perder de vista a importância da transmissão de valores e experiências entre as diferentes gerações. ” Além disso, o executivo destaca a importância de ter no comando um mix de executivos da família e executivos não-familiares. “A equipe mista de executivos também é parte do sucesso.”

Sucesso este que pode ser facilmente traduzido em números – a empresa administra cerca de 3 mil condomínios e 85 mil imóveis em todo o país. Isso representa mais de 320 mil pessoas atendidas pelos profissionais da Apsa. Além disso, hoje a empresa também mantém sob o seu guarda-chuva as operações da Corretora Apsa e do escritório jurídico Schneider Advogados Associados, ambos frutos do trabalho da empresa no ramo de gestão imobiliária.

E os planos de crescimento não param por aí. Segundo Schneider, a Apsa está em um momento de consolidar as aquisições já feitas, mas tem sim a pretensão de seguir expandindo seus negócios. “Seja no modelo de aquisição, seja organicamente ou através de alguma outra oportunidade que venha a surgir.”


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